Os economistas consultados pelo Banco Central reduziram novamente as expectativas para inflação e câmbio em 2025, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (6). A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 4,81% para 4,80%, enquanto a estimativa para o dólar passou de R$ 5,48 para R$ 5,45.
O Focus é uma pesquisa semanal que reúne mais de uma centena de instituições financeiras. Ele apresenta a mediana das projeções para os principais indicadores da economia brasileira e serve como termômetro de expectativas.
Inflação e preços administrados
Para os próximos anos, a expectativa de inflação segue em 4,28% para 2026, 3,90% para 2027 e 3,70% em 2028. Esses números continuam acima do centro da meta oficial, fixado em 3% ao ano, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Além disso, a previsão dos preços administrados — como tarifas de energia, combustíveis e transporte público — avançou de 4,77% para 4,81% em 2025. Para os anos seguintes, ficaram em 3,97% (2026), 4,00% (2027) e 3,70% (2028).
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), referência em contratos de aluguel, também registrou ajuste. A projeção para 2025 recuou de 1,02% para 0,96%. Já para 2026 e 2027, as expectativas ficaram em 4,20% e 4%, enquanto para 2028 a projeção foi levemente reduzida a 3,98%.
Câmbio
No câmbio, os analistas projetam que o dólar encerre 2025 em R$ 5,45 e 2026 em R$ 5,53. Para 2027 e 2028, a mediana das expectativas permanece em R$ 5,56 por dólar. Assim, o mercado prevê um real um pouco mais valorizado no curto prazo.
PIB e juros
As projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) ficaram estáveis. O crescimento estimado é de 2,16% em 2025, 1,80% em 2026, 1,90% em 2027 e 2% em 2028.
Em relação aos juros, a taxa Selic — utilizada pelo Banco Central para controlar a inflação — deve encerrar 2025 em 15% ao ano. Para os próximos períodos, o mercado projeta reduções graduais: 12,25% em 2026, 10,50% em 2027 e 10% em 2028.
Setor externo e contas públicas
O Focus também trouxe ajustes em variáveis externas e fiscais. A projeção para o déficit em conta corrente em 2025 ficou em US$ 68,16 bilhões, ligeiramente abaixo da semana anterior. Já a balança comercial deve encerrar o ano com superávit de US$ 64,4 bilhões, ante US$ 64,6 bilhões na leitura anterior.
Enquanto isso, o investimento direto no país permaneceu em US$ 70 bilhões para 2025. A dívida líquida do setor público passou a representar 65,76% do PIB. O resultado primário — diferença entre receitas e despesas do governo, sem considerar juros — foi ajustado de déficit de 0,51% para 0,50% do PIB.
Contexto
Dessa forma, as revisões apontam expectativa de menor pressão inflacionária e câmbio ligeiramente mais favorável no curto prazo. Contudo, os indicadores fiscais continuam sinalizando fragilidade. Por outro lado, fatores externos e a condução da política monetária podem alterar as projeções já nas próximas semanas.






























