O Ibovespa fechou esta sexta-feira (17) em alta de 0,84%, aos 143.398 pontos, impulsionado pela melhora do apetite ao risco nos mercados internacionais. O movimento refletiu o bom humor em Wall Street e a expectativa de novas medidas fiscais no Brasil. Com isso, o índice acumulou avanço de 1,93% na semana, revertendo as perdas anteriores.
O dólar à vista, por sua vez, recuou 0,68%, encerrando o dia cotado a R$ 5,40. Na semana, a moeda americana acumulou queda de 1,77%, acompanhando o otimismo global.
Influência do cenário internacional
Nos Estados Unidos, a moderação do discurso do presidente Donald Trump em relação à China ajudou a reduzir tensões comerciais. Embora tenha mantido o tom firme nas negociações, Trump reconheceu que tarifas de 100% sobre produtos chineses não seriam sustentáveis. Desse modo, o mercado entendeu que há espaço para diálogo com Pequim.
Além disso, investidores reagiram positivamente à avaliação de que as recentes fraudes em bancos regionais norte-americanos parecem casos isolados. Consequentemente, diminuiu o temor de novos riscos sistêmicos no setor financeiro. Por outro lado, ainda há cautela com a desaceleração do crédito e os efeitos sobre pequenas empresas.
Contexto interno e perspectivas fiscais
No Brasil, as atenções voltaram-se para o debate fiscal. Após a Câmara derrubar a MP 1.303, que tratava da taxação de investimentos e apostas esportivas, cresceu a expectativa de novas medidas compensatórias. Com isso, o mercado passou a monitorar a reação do governo e do Congresso em busca de alternativas que mantenham o equilíbrio das contas públicas.
Enquanto isso, diplomatas brasileiros e norte-americanos se reuniram para discutir temas comerciais. O encontro reforçou a retomada do diálogo bilateral e pode resultar em uma nova agenda entre Lula e Trump nas próximas semanas.
Destaques da sessão
Entre as ações do índice, Prio (PRIO3) subiu 5,61%, figurando entre as mais negociadas do dia. O movimento ocorreu após o anúncio da retomada da produção no FPSO Peregrino, suspensa desde agosto pela ANP. Com isso, o mercado reagiu de forma positiva, elevando o papel a um dos destaques de alta da sessão.
Raízen (RAIZ4) também se valorizou, impulsionada pelo vencimento de opções, embora ainda negociada abaixo de R$ 1.
O setor bancário, por sua vez, manteve desempenho positivo. Banco do Brasil (BBAS3) avançou 2,60%, Bradesco (BBDC4) subiu 0,68%, Itaú (ITUB4) ganhou 0,35% e Santander (SANB11) valorizou 0,68%.
Ademais, entre as blue chips, Petrobras (PETR3; PETR4) registrou alta de 0,95%, acompanhando a leve recuperação do petróleo Brent. Vale (VALE3), em contrapartida, recuou 0,28%, pressionada pelo enfraquecimento das mineradoras no exterior.
Na semana, Usiminas (USIM5) liderou os ganhos com valorização superior a 14%, enquanto GPA (PCAR3) teve o pior desempenho do índice.
Ibovespa futuro e dólar futuro
O Ibovespa futuro para dezembro (WINZ25) encerrou com alta de 0,97%, aos 146.445 pontos. Segundo analistas, o suporte técnico permanece na região dos 145 mil pontos, e a superação de 146 mil pode abrir espaço para testar 148 mil pontos.
O dólar futuro para novembro (WDOX25) também recuou, fechando em R$ 5,42, queda de 0,90%. Desse modo, o movimento reforçou o alívio observado no câmbio à vista.
Riscos e próximos eventos
Apesar do otimismo, o cenário ainda inspira cautela. Por um lado, há sinais de melhora no humor global; por outro, permanecem dúvidas sobre o ajuste fiscal e a trajetória dos juros.
Na próxima semana, o mercado acompanhará indicadores importantes, como o IPCA-15 de outubro, no Brasil, e o CPI dos Estados Unidos. Esses dados, portanto, poderão influenciar as expectativas sobre juros e risco global.






























