A edição 2025 do Índice de Desenvolvimento da Agropecuária Municipal (Idam), elaborada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), revela que as regiões Nordeste e Centro-Oeste concentram os dez municípios mais desenvolvidos do país no setor agropecuário. O levantamento, baseado em dados de 2022, destaca cidades da Bahia, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul como líderes nacionais em desempenho rural.
Como funciona o índice
O Idam mede o grau de desenvolvimento da agropecuária municipal. Para isso, considera quatro dimensões principais: produção e produtividade, emprego formal no campo, captação de crédito agrícola e pecuário e arrecadação do Imposto Territorial Rural (ITR) — tributo federal aplicado sobre propriedades rurais.
Criado em 2022, o índice oferece uma visão ampliada sobre o impacto do agronegócio na economia local. Além disso, busca apoiar gestores públicos no planejamento de políticas rurais e na execução de ações municipais que estimulem a produção no campo. Com isso, o Idam se consolidou como uma ferramenta estratégica para orientar o desenvolvimento regional.
Destaques do ranking 2025
Entre os 150 municípios com índice igual ou superior a 0,8, dez se destacaram nas regiões Nordeste e Centro-Oeste. São Desidério (BA) lidera o ranking após subir do quarto lugar em 2024. O município alcançou índice 0,9693, com notas máximas em arrecadação, geração de empregos e produção.
Na sequência, aparecem Mineiros (GO) e Canarana (MT). Mineiros, que havia liderado o ranking anterior, manteve nota máxima em arrecadação. Por sua vez, Canarana subiu oito posições e se destacou pela geração de empregos, embora tenha obtido a menor pontuação em arrecadação entre os dez primeiros colocados.
Além desses, o ranking inclui Cristalina (GO), Formosa do Rio Preto (BA), Itiquira (MT), Maracaju (MS), Sidrolândia (MS), Jataí (GO) e Rio Brilhante (MS). Ao todo, 14 dos 20 municípios mais desenvolvidos pertencem a Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul — o que reforça a força do Centro-Oeste no agronegócio nacional.
Desempenho regional e tendências
O levantamento indica que o Nordeste e o Norte se recuperaram da queda registrada na edição anterior. Ademais, o Centro-Oeste manteve uma trajetória de crescimento constante, impulsionada pelo aumento na arrecadação e na oferta de crédito..
Nos últimos dez anos, as regiões Centro-Oeste e Norte cresceram 10,4% e 13,7%, respectivamente. Esse avanço decorre do aumento na arrecadação e na oferta de crédito. Por outro lado, o Sul teve retração de 3%, resultado da seca que afetou a produção e reduziu o crédito rural. Enquanto isso, Nordeste, Norte e Centro-Oeste registraram crescimento de 1,2%, 1,8% e 1,2%, respectivamente, demonstrando estabilidade mesmo em cenários desafiadores.
Na região do Matopiba — formada por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia — o índice subiu 2,1%. Esse avanço, segundo a CNM, foi impulsionado pelo aumento em todas as dimensões do Idam, especialmente no emprego, que cresceu 3,4% em 2025. Dessa forma, o Matopiba reforça seu papel estratégico na expansão agrícola nacional.
Estados em destaque
Três estados se consolidaram como referências nacionais em desenvolvimento agropecuário: Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Paraná. Além deles, o bom desempenho também se refletiu em Rondônia, Tocantins e Roraima, impulsionado pelas dimensões de crédito e arrecadação.
O levantamento ainda registrou aumento expressivo no Distrito Federal, com 28% de alta na produção, e em Rondônia, onde o emprego rural cresceu 28% e a produção 10%. Esses resultados, portanto, evidenciam a diversidade e a vitalidade da agropecuária brasileira.
De acordo com a CNM, os resultados confirmam a dinamicidade do setor e reforçam a necessidade de políticas públicas contínuas. Bem como, apontam a importância de estratégias regionais capazes de fortalecer a produção rural e promover o desenvolvimento equilibrado entre as regiões brasileiras.






























