A redução das tarifas dos EUA sobre café, carne bovina, bananas e outros produtos agrícolas entrou em vigor no dia 13 de novembro, após ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump. A mudança, porém, não eliminou completamente as cobranças e manteve parte das exportações brasileiras sujeitas a uma alíquota de 40%, segundo fontes da Casa Branca.
Brasil mantém tarifa elevada mesmo após recuo parcial
Trump autorizou cortes para uma lista ampla de commodities, mas o Brasil recebeu apenas alívio limitado. Exportadores brasileiros enfrentavam taxas de até 50%, resultado da combinação entre tarifas “recíprocas” de 10% e um adicional de 40% imposto em julho. Agora, a alíquota cai para 40%, percentual que técnicos do governo Lula consideram positivo, embora insuficiente para neutralizar o impacto sobre o comércio bilateral.
O café e a carne bovina continuam entre os produtos mais afetados. Em 2024, o café ocupou o terceiro lugar na pauta brasileira destinada aos EUA, com US$ 1,94 bilhão. A carne bovina ficou na nona posição, com US$ 885 milhões.
Pressão econômica interna influenciou decisão
A Casa Branca afirmou que a redução das tarifas dos EUA prioriza itens cuja produção doméstica não atende à demanda interna. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, explicou que produtos como café e bananas não são cultivados em escala competitiva no país. O café, por exemplo, aparece apenas em áreas restritas do Havaí e da Califórnia.
Além disso, outros fornecedores também continuam sujeitos a tarifas específicas. Os tomates mexicanos seguem taxados em 17%, percentual aplicado desde o fim de um acordo comercial que durou quase 30 anos. O aumento dos preços no varejo americano ampliou a pressão de redes de supermercados, frigoríficos e associações setoriais pela revisão da política tarifária. Entre elas está a National Coffee Association, que alertou para dificuldades de abastecimento.
Contexto político reforçou o recuo parcial
A medida ocorre após pesquisas de boca de urna indicarem insatisfação dos eleitores com o custo de vida. O recuo também veio um dia depois da reunião entre o chanceler brasileiro Mauro Vieira e o secretário de Estado Marco Rubio, quando os EUA prometeram uma resposta à proposta brasileira de um acordo provisório.
Desde o início do novo mandato republicano, Brasil e EUA intensificaram diálogos para reduzir atritos comerciais. Lula e Trump se encontraram na cúpula da ASEAN, em Kuala Lumpur, e mantiveram conversas telefônicas nas últimas semanas. O governo brasileiro defende uma suspensão temporária do tarifaço de 50% até o fim das negociações.
Trump diz não prever novos cortes e projeta aumento de arrecadação
Durante viagem a Palm Beach, Trump afirmou que não espera novas reduções tarifárias. Segundo ele, a administração ainda “ganhará muito dinheiro” com a política comercial atual. O presidente também comentou temas de política externa, como a possível adesão da Arábia Saudita aos Acordos de Abraão, e assuntos domésticos, como o sistema de saúde.
Reembolsos seguirão regras da Alfândega dos EUA
O governo americano informou que eventuais reembolsos referentes ao período anterior à redução das tarifas dos EUA serão processados conforme os procedimentos da Alfândega e Proteção de Fronteiras. Ademais, Washington anunciou um acordo com a Suíça, reduzindo tarifas sobre produtos suíços de 39% para 15%.






























