Em 2022, 50 municípios brasileiros registraram nível de ocupação igual ou superior a 70%, segundo o módulo Trabalho e Rendimento do Censo 2022, divulgado pelo IBGE na quinta-feira (9). O indicador mede a proporção de pessoas ocupadas no total da população com 14 anos ou mais — ou seja, o quanto da população em idade ativa estava inserida no mercado de trabalho.
Três cidades se destacaram no ranking nacional. Fernando de Noronha (PE) lidera, com 82,9% da população ocupada. Em seguida vêm Vila Maria (RS), com 78,4%, e Serra Nova Dourada (MT), com 78,2%. Esses índices estão bem acima da média nacional de 53,5%, o que indica que, no país, pouco mais da metade das pessoas com 14 anos ou mais estavam trabalhando.
Em contrapartida, 330 municípios apresentaram taxa de ocupação igual ou inferior a 30%. Nessas localidades, a maioria da população estava desempregada ou fora da força de trabalho — grupo que inclui estudantes, aposentados e pessoas que não buscavam emprego.
Regiões com maior e menor ocupação
O levantamento mostra que o Sul lidera entre as regiões, com média de 60,3% de ocupação. Logo depois aparecem o Centro-Oeste, com 59,7%, e o Sudeste, com 56%. As médias mais baixas estão no Norte (48,4%) e no Nordeste (45,6%). Essa diferença reflete o contraste regional em desenvolvimento econômico e oferta de empregos formais.
O IBGE considera ocupada qualquer pessoa que tenha trabalhado ao menos uma hora remunerada na semana de referência ou que estivesse temporariamente afastada do trabalho por férias, doença ou redução de jornada.
Rendimento do trabalho
O estudo também analisou o rendimento médio mensal da população ocupada. Em 520 dos 5.571 municípios brasileiros (9,3%), o valor era inferior a um salário mínimo — que, em 2022, correspondia a R$ 1.212. Por outro lado, 19 cidades registraram média acima de quatro salários mínimos (R$ 4.848).
Os maiores rendimentos foram observados em Nova Lima (MG), com R$ 6.929; São Caetano do Sul (SP), com R$ 6.167; e Santana de Parnaíba (SP), com R$ 6.081. Já os menores valores ficaram em Cachoeira Grande (MA), com R$ 759; Caraúbas do Piauí (PI), com R$ 788; e Mulungu do Morro (BA), com R$ 805.
Os dados reforçam a desigualdade regional. Os dez municípios com menores rendimentos estão todos no Nordeste, enquanto os dez com maiores médias concentram-se nas regiões Sul e Sudeste.
No total, 35,3% dos trabalhadores brasileiros recebiam até um salário mínimo, e apenas 7,6% ganhavam mais de cinco salários mínimos. O resultado mostra a concentração de renda e as diferenças de oportunidades no mercado de trabalho do país.






























