A WEG S.A. (WEGE3) anunciou a compra de 54% do capital social da Tupinambá Energia, conhecida como Tupi Mob, por R$ 38 milhões. O movimento reforça a estratégia da companhia de expandir sua presença no mercado de mobilidade elétrica. O acordo foi firmado nesta quinta-feira (16) e depende de aprovações regulatórias para ser concluído.
Startup reforça ecossistema de recarga elétrica
Fundada em 2019, em São Paulo, a Tupi Mob atua no desenvolvimento de softwares e soluções para redes de recarga de veículos elétricos. A empresa é responsável pelo Aplicativo Tupi, plataforma que conecta motoristas de veículos elétricos a pontos de recarga em todo o país.
Atualmente, o aplicativo possui mais de 370 mil usuários cadastrados e contabiliza 1,3 milhão de recargas realizadas, totalizando 26 GWh de energia fornecida. Além disso, a startup opera a plataforma Tupi Conecta, voltada à gestão de redes de recarga por montadoras, operadores e grandes marcas do setor automotivo.
Por meio desse modelo, a Tupi Mob atua como uma provedora de serviços de mobilidade elétrica (eMSP) — conceito que centraliza a operação de diferentes estações de recarga em um único sistema. Essa prática é comum em mercados mais maduros, como Europa e Estados Unidos.
Desempenho e estrutura da Tupi Mob
A operação da empresa conta com 36 colaboradores e movimentou cerca de R$ 40 milhões em recargas nos últimos 12 meses. Em 2024, registrou receita líquida de R$ 8,6 milhões.
Segundo a WEG, a aquisição fortalece sua estratégia de liderar a transformação do setor automotivo e acelerar a transição energética. Além disso, abre espaço para expansão internacional.
“A Tupi Mob fortalece a estratégia da WEG de liderar a transformação do setor de mobilidade elétrica. A aquisição também abre caminho para a expansão gradual do modelo em mercados internacionais”, informou a empresa.
Contexto do mercado e desempenho das ações
O investimento ocorre em meio ao avanço do mercado de veículos elétricos no Brasil, impulsionado por incentivos à descarbonização da frota e pela expansão da infraestrutura de recarga. De acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o país já superou 250 mil veículos eletrificados em circulação em 2025.
Por outro lado, as ações da WEG acumulam queda de cerca de 30% no ano, após forte valorização nos últimos períodos. Entre os fatores que explicam a retração estão a valorização do real frente ao dólar, os resultados abaixo do esperado no segundo trimestre e os efeitos da guerra comercial entre Brasil e Estados Unidos.
Recentemente, o Bradesco BBI reduziu o preço-alvo do papel de R$ 50 para R$ 44, mantendo recomendação neutra.
Perspectivas e próximos passos
Com a compra da Tupi Mob, a WEG amplia sua presença em tecnologias sustentáveis e reforça a diversificação do portfólio além de motores elétricos e automação industrial.
A empresa aposta na integração entre geração, armazenamento e consumo de energia limpa, com foco em soluções completas para mobilidade elétrica. Portanto, a nova aquisição consolida o compromisso da WEG em construir um ecossistema inovador e eficiente, preparado para competir também em mercados internacionais.
A conclusão da operação ainda depende das aprovações regulatórias exigidas pelos órgãos competentes.






























