A Casas Bahia (BHIA3) deu início, nesta sexta-feira (24), à sua campanha de Black Friday 2025, uma das datas mais relevantes do varejo brasileiro. A estratégia deste ano combina a expansão das ofertas digitais com o fortalecimento das lojas físicas. Além disso, a empresa anunciou uma nova parceria com o Mercado Livre, o que impulsionou as ações da companhia em mais de 17% na B3.
Estratégia híbrida e foco em dados
A campanha, batizada de “Super Black Ao Vivo”, aposta em transmissões ao vivo com descontos variáveis, ajustados conforme a demanda por produtos em tempo real. Essa iniciativa, testada inicialmente em 2024, será ampliada neste ano e reforça o uso de dados e do comportamento do consumidor para definir preços e promoções.
De acordo com o CEO Renato Franklin, a varejista mantém o foco em integrar canais físicos e digitais. “Queremos que as lojas sejam protagonistas, conectadas às estratégias de marketing e conversão que abrangem redes sociais, mídias offline e OOH (mídias fora de casa)”, afirmou durante coletiva de imprensa.
Apesar de não divulgar projeções de faturamento, Franklin destacou a expectativa de elevar o crediário em 20%, atingindo cerca de R$ 1,2 bilhão nesta edição. Portanto, a meta é consolidar o crescimento no crédito ao consumidor. A Black Friday ocorre oficialmente no dia 28 de novembro.
Cenário econômico e planos futuros
Por outro lado, o executivo ressaltou que a companhia segue uma postura conservadora diante do atual cenário macroeconômico, marcado por uma taxa Selic de 15%. Esse patamar elevado de juros restringe o consumo e encarece o crédito, afetando diretamente o varejo. Ainda assim, a Casas Bahia mantém o plano de reestruturação iniciado em anos anteriores.
A segunda fase desse processo, que poderia se encerrar em 2025, deve se estender até 2026, tendo em vista o ambiente econômico desafiador. Assim que essa etapa for concluída, a terceira fase será dedicada à aceleração dos resultados e ao fortalecimento da presença digital.
Parceria estratégica com o Mercado Livre
Enquanto reforça sua presença nas lojas físicas, a Casas Bahia também amplia seu alcance no ambiente online. Na véspera da campanha, a companhia anunciou um acordo comercial com o Mercado Livre, plataforma líder em comércio eletrônico na América Latina.
A partir de novembro, os produtos das principais categorias da varejista passam a ser vendidos também no marketplace da empresa argentina. Dessa forma, a Casas Bahia busca ampliar a escala comercial e a eficiência logística, aproveitando sinergias operacionais e acesso a novos consumidores.
Segundo Franklin, a parceria foi firmada com o objetivo de expandir canais de venda e otimizar recursos. “Escolhemos um parceiro que domina o mercado e cresce de forma consistente. Essa sinergia amplia nosso alcance e otimiza o uso da nossa estrutura”, explicou.
Analistas do Santander avaliam que o acordo traz benefícios para ambas as empresas. Além disso, os ganhos de escala devem melhorar as condições de negociação com fornecedores e fortalecer o posicionamento da Casas Bahia em categorias de bens duráveis. Para o Mercado Livre, a parceria complementa o portfólio e fortalece sua competitividade em segmentos de alta demanda.
Reação do mercado e impactos no setor
A notícia teve impacto imediato no mercado financeiro. As ações da Casas Bahia subiram mais de 17% na quinta-feira (23), refletindo a confiança dos investidores na nova estratégia. Ao mesmo tempo, os papéis do Magazine Luiza (MGLU3) registraram queda, pressionados pela expectativa de maior concorrência.
De acordo com analistas do Citi, o Magazine Luiza foi colocado sob observação negativa por 30 dias. O motivo é que a parceria entre Casas Bahia e Mercado Livre fortalece a posição competitiva das duas empresas, intensificando a disputa com outros players do setor, como Shopee e Amazon.
Assim, com a combinação entre estratégia omnichannel (integração entre físico e digital) e alianças estratégicas, a Casas Bahia busca consolidar sua recuperação e conquistar maior eficiência operacional. Ademais, pretende reafirmar seu papel entre os principais grupos do varejo nacional, mesmo diante de um cenário econômico ainda desafiador.






























