O Ibovespa encerrou a sexta-feira (12) em alta de 0,99%, aos 160.766,37 pontos, consolidando uma valorização semanal de 2,15%. O desempenho ocorreu apesar de um ambiente externo adverso, marcado por quedas expressivas em Wall Street. Ainda assim, o índice foi sustentado principalmente por ações de bancos, Petrobras e Hapvida. Enquanto isso, o dólar fechou praticamente estável, cotado a R$ 5,41.
No mercado internacional, por outro lado, os principais índices norte-americanos recuaram. O movimento refletiu o aumento das preocupações com uma possível bolha no setor de inteligência artificial (IA), além de discursos mais cautelosos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) sobre inflação e juros.
Ibovespa hoje ignora exterior e avança com blue chips
Mesmo com o recuo das bolsas em Nova York e na Europa, o mercado acionário brasileiro apresentou desempenho positivo ao longo da sessão. Nesse contexto, o volume financeiro negociado na B3 somou R$ 20,48 bilhões, indicando maior participação de investidores institucionais.
Entre os destaques, o setor bancário operou em alta após o governo dos Estados Unidos retirar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e familiares da lista de sanções da Lei Magnitsky. Desde então, havia receios de que eventuais restrições pudessem atingir instituições financeiras brasileiras com exposição internacional. Com a retirada das sanções, parte desse risco foi reduzida.
Diante disso, as ações do Banco do Brasil (BBAS3) subiram 0,60%. Na mesma linha, Itaú Unibanco (ITUB4) avançou 0,89% e Bradesco (BBDC4) ganhou 0,65%. Por sua vez, o Santander Brasil (SANB11) foi a exceção, encerrando o pregão em leve queda.
Petrobras sobe, enquanto Vale oscila com minério de ferro
As ações da Petrobras (PETR4) avançaram 1,06%, mesmo com a queda dos preços do petróleo no mercado internacional. Segundo operadores, o movimento refletiu um ajuste técnico, sobretudo após as perdas observadas na sessão anterior.
Já a Vale (VALE3), por outro lado, terminou o dia praticamente estável, com leve recuo de 0,06%. O papel acompanhou a desvalorização do minério de ferro na China. Em Dalian, o contrato mais negociado da commodity caiu 0,33%, pressionando não apenas a mineradora, mas também o setor siderúrgico como um todo.
Hapvida lidera ganhos e tenta se afastar de mínimas históricas
Na ponta positiva do índice, a Hapvida (HAPV3) voltou a se destacar. As ações da companhia subiram 5,45%, dando sequência ao movimento de recuperação após a renovação de mínimas históricas recentes. Ainda assim, o papel segue acumulando forte desvalorização no ano, reflexo de preocupações com resultados financeiros e com as perspectivas de reajustes dos planos de saúde.
Além disso, a Vivara (VIVA3) também figurou entre as maiores altas do dia, com ganho de 3,45%, após o anúncio de mudanças em sua diretoria executiva.
Dólar fecha estável e acumula queda na semana
No mercado de câmbio, o dólar à vista encerrou a sessão em leve alta de 0,08%, cotado a R$ 5,4129. No entanto, no acumulado da semana, a moeda norte-americana registrou queda de 0,40% frente ao real.
Essa relativa estabilidade refletiu um ambiente de menor tensão política no Brasil, bem como a ausência de novos gatilhos externos relevantes. Ademais, o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos — ou seja, a diferença entre a taxa básica brasileira e a americana — segue atraindo fluxo de capital para o país. Com isso, as pressões sobre o câmbio permanecem limitadas.
Dados de serviços reforçam resiliência da economia brasileira
No campo dos indicadores econômicos, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o volume de serviços cresceu 0,3% em outubro na comparação com setembro. Embora o resultado represente desaceleração frente ao mês anterior, ficou acima da expectativa do mercado.
Com esse desempenho, o setor renovou o maior nível da série histórica iniciada em 2011. Além disso, completou nove meses consecutivos de crescimento, sinalizando resiliência da atividade econômica mesmo em um cenário de juros elevados.
Wall Street cai com temor de bolha de IA e discurso do Fed
Nos Estados Unidos, o clima foi de maior aversão ao risco. O S&P 500 recuou 1,06%, enquanto o Nasdaq Composite caiu 1,69%. Ao mesmo tempo, o Dow Jones perdeu 0,50%.
As perdas foram puxadas principalmente pelo setor de tecnologia. Isso ocorreu depois que a Broadcom alertou para margens menores em negócios ligados à inteligência artificial. A Oracle, por sua vez, seguiu pressionada, ampliando a percepção de que os elevados investimentos em IA podem demorar mais do que o esperado para gerar retorno.
Ademais, declarações recentes de dirigentes do Fed reforçaram a avaliação de que a inflação nos Estados Unidos permanece acima do nível considerado confortável. Dessa forma, novas reduções de juros podem ser limitadas no curto prazo.
Na Europa, o índice Stoxx 600 caiu 0,53%. Em contraste, os mercados asiáticos encerraram o pregão em alta, reagindo aos recordes registrados em Wall Street na sessão anterior.
Perspectivas para a próxima semana
Na agenda doméstica, os investidores acompanham a divulgação do IBC-Br, considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, o mercado aguarda a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). No exterior, por sua vez, dados de inflação e emprego nos Estados Unidos devem seguir influenciando as expectativas sobre os próximos passos da política monetária americana.






























