A Petrobras (PETR4) se destacou nesta quarta-feira (22) ao vencer dois leilões realizados em São Paulo. A estatal adquiriu dois dos sete blocos ofertados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) no 3º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha da Produção (OPP) e conquistou a concessão do terminal RDJ07, no Porto do Rio de Janeiro, com lance de R$ 104 milhões.
No certame da ANP, voltado à exploração de petróleo e gás no pré-sal, a companhia arrematou sozinha o bloco Citrino, na Bacia de Campos, e formou consórcio com a Equinor, da Noruega, para disputar o bloco Jaspe. O grupo superou Chevron e QatarEnergy ao oferecer 32,9% do excedente em óleo ao governo brasileiro — o maior percentual da rodada.
No modelo de partilha, a União recebe parte da produção como “excedente em óleo”, enquanto as empresas recuperam seus custos e mantêm a parcela restante do petróleo.
Consórcio internacional reforça disputa no pré-sal
O bloco Citrino apresentou o maior ágio da rodada, com proposta de 31,19%, superando a oferta da Prio, de 22,42%. Já a Equinor levou sozinha o bloco Itaimbezinho, com proposta de 6,9%. Além da Petrobras e da Equinor, participaram ainda a australiana Karoon Energy e o consórcio CNOOC/Sinopec, da China.
No total, cinco dos sete blocos ofertados foram negociados. A rodada resultou em R$ 103,7 milhões em bônus de assinatura e previsão de R$ 451,5 milhões em investimentos mínimos.
De acordo com o diretor-geral da ANP, Artur Watt, o resultado representa um avanço para áreas mais distantes do centro do polígono do pré-sal. Segundo ele, o desempenho reforça o interesse internacional pelos ativos brasileiros, impulsionado por descobertas recentes, como a da BP na área Bumerangue.
Ao todo, 15 empresas estavam habilitadas, mas apenas oito apresentaram propostas. Shell e BP decidiram não participar nesta rodada.
Leilão da OPP estimula inovação e transição energética
Atualmente, o leilão da OPP é a principal modalidade de oferta de blocos sob o regime de partilha. O modelo busca equilibrar o retorno econômico ao país e, ao mesmo tempo, incentivar investimentos em pesquisa, inovação e transição energética.
Além disso, a ANP tem priorizado projetos com petróleo de menor pegada de carbono, alinhando a exploração à agenda global de sustentabilidade.
Petrobras conquista terminal estratégico no Porto do Rio
Paralelamente, a Petrobras venceu o leilão de concessão do terminal RDJ07, no Porto do Rio de Janeiro, promovido pelo Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) e pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
O lance vencedor, de R$ 104 milhões, superou com folga o do consórcio Sul Real GMBL 2025A, de R$ 1 milhão. O contrato terá 25 anos de duração e prevê R$ 99,4 milhões em investimentos voltados à modernização do terminal. A estrutura será dedicada ao apoio logístico offshore das operações de exploração e produção de petróleo e gás.
“O Porto do Rio é estratégico para a Petrobras e teve papel decisivo na construção do pré-sal, por sua localização privilegiada e proximidade com polos industriais”, afirmou Fernando Vidal, gerente-geral de Logística Portuária da estatal.
Outras concessões e investimentos portuários
Na mesma rodada, o Terminal Marítimo de Passageiros de Maceió foi arrematado pelo consórcio Britto Mavelog, com outorga de R$ 50 mil e investimento estimado em R$ 3,75 milhões.
Ainda nesta quarta-feira ocorre o leilão do acesso aquaviário do Porto de Paranaguá (PR), o primeiro canal portuário do país concedido à iniciativa privada. O projeto prevê R$ 1,2 bilhão em investimentos ao longo de 25 anos, com possibilidade de prorrogação contratual.
Segundo o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, o modelo de concessão “inaugura uma nova etapa de eficiência portuária”. A proposta deve servir de referência para os portos de Santos, Itajaí, Salvador e Rio Grande.
Petrobras consolida liderança no setor energético
Com as vitórias nos leilões da ANP e da Antaq, a Petrobras amplia sua presença em infraestrutura e exploração de petróleo. Assim, consolida sua posição de liderança no setor energético brasileiro e expande sua capacidade operacional em áreas estratégicas do pré-sal e da logística portuária.






























