(Por redação do Cash Post, publicado em 02 de maio de 2025 às 12:10)
A atividade industrial no Brasil apresentou sinais preocupantes em abril, indicando uma possível estagnação econômica. O Índice de Gerentes de Compras (PMI) caiu de 51,8 em março para 50,3 em abril, alcançando o seu menor nível desde dezembro de 2023. Essa queda está relacionada à diminuição de novos pedidos e a um clima de incerteza que afeta a confiança na indústria, a mais baixa em cinco anos. As oscilações nas políticas tarifárias, especialmente vindas dos Estados Unidos, parecem agravar essa situação.
O PMI, que mede a saúde do setor, ainda está ligeiramente acima da linha que separa crescimento de contração, mas indica que a indústria pode estar enfrentando um período difícil. A pesquisa mostrou a primeira redução nos novos pedidos à indústria em 16 meses, refletindo uma demanda menor tanto no mercado interno quanto nas exportações. Os fabricantes de bens de consumo e bens intermediários são os mais afetados, enquanto o segmento de bens de capital ainda mostra alguma resistência.
Embora o mês tenha apresentado aumento na produção industrial, a taxa de crescimento foi a mais baixa em meses, limitada por cancelamentos de pedidos e falta de mão de obra qualificada. A criação de empregos também desacelerou, indicando que o setor está adotando uma postura cautelosa diante da incerteza econômica. Essa situação é preocupante, pois a sustentabilidade do crescimento depende principalmente da capacidade de inovar e se adaptar a um mercado em constante mudança.
Os preços, por outro lado, mostraram uma leve queda na inflação geral de custos. Enquanto algumas empresas repassaram custos adicionais aos consumidores, outras escolheram promoções para estimular as vendas. Esse comportamento da indústria brasileira reflete não apenas o impacto das políticas tarifárias externas, mas também a necessidade de garantir que, em tempos difíceis, a iniciativa privada consiga se manter competitiva e otimista, o que é fundamental para a saúde econômica a longo prazo.