O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou deflação de 1,80% em junho, após queda de 0,85% em maio, informou nesta segunda-feira (7) a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado intensifica o ritmo de recuo dos preços e veio abaixo da mediana das projeções coletadas pelo Projeções Broadcast, que indicavam retração de 1,60%. As estimativas variavam entre -2,35% e -1,08%.
Com o resultado de junho, o IGP-DI acumula queda de 1,76% no ano. Em 12 meses, porém, o índice ainda mostra alta de 3,83%. Utilizado como referência para reajustes contratuais e análise de tendências inflacionárias, o indicador reflete variações de preços desde o atacado até o consumidor final.
Produtor e consumidor influenciam recuo
A principal contribuição para a deflação do mês veio do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), que caiu 2,72% em junho, frente à retração de 1,38% em maio. A queda foi impulsionada, sobretudo, pela desvalorização de matérias-primas como minério de ferro e café, afetando fortemente os preços no atacado.
No segmento de bens finais, o grupo de Bens Finais recuou 0,88%, sinalizando uma desaceleração mais ampla. A tendência reforça a percepção de que a pressão inflacionária nas cadeias de produção vem perdendo força.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-DI), por sua vez, registrou variação positiva de 0,16% em junho, inferior à alta de 0,34% em maio. Entre os grupos analisados, alimentação e saúde apresentaram retrações, enquanto despesas com educação e comunicação tiveram elevação.
Construção civil avança
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-DI) subiu 0,69% em junho, após alta de 0,58% no mês anterior. O avanço foi atribuído ao aumento nos preços dos materiais de construção e reajustes em tarifas de serviços, influenciando os custos do setor.
Expectativas do mercado
A deflação registrada no IGP-DI reforça a leitura de que a inflação brasileira tende à estabilidade no curto prazo. O comportamento dos preços ao produtor e ao consumidor sugere um ambiente favorável à retomada de investimentos, especialmente no mercado de ações e ativos indexados à inflação.