A Telefônica Brasil (VIVT3), dona da marca Vivo, registrou lucro líquido de R$ 1,9 bilhão no terceiro trimestre de 2025, resultado 13,3% superior ao do mesmo período do ano anterior. O balanço foi divulgado nesta quinta-feira (30). O desempenho reflete o avanço da receita em serviços de telefonia móvel e a expansão da banda larga por fibra óptica, que continua impulsionando os resultados da companhia.
Crescimento em receita e eficiência operacional
A receita líquida somou R$ 14,9 bilhões, aumento de 6,5% em relação ao terceiro trimestre de 2024. O resultado operacional, medido pelo Ebitda — lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização —, atingiu R$ 6,5 bilhões, alta de 9%.
Além disso, a margem Ebitda ficou em 43,4%, um ponto percentual acima do registrado um ano antes, o que sinaliza maior eficiência nas operações.
Consequentemente, o desempenho superou as projeções do mercado, que esperava lucro de R$ 1,7 bilhão e Ebitda de R$ 6,4 bilhões, segundo levantamento da LSEG.
Avanço no segmento móvel e pós-pago
O negócio móvel segue como principal motor da empresa. A receita com esse serviço cresceu 5,5%, totalizando R$ 9,7 bilhões. O resultado foi impulsionado pelo segmento pós-pago, que avançou 8% e passou a responder por 86% da receita móvel total.
Ademais, a base de clientes pós-pagos cresceu 7,3%, alcançando 69,8 milhões de acessos.
O indicador ARPU (receita média por usuário) aumentou 3,9%, chegando a R$ 31,5. Já o índice de cancelamento (churn) do pós-pago ficou em 0,98%, um dos mais baixos da série histórica, o que reflete maior fidelização.
Portanto, o desempenho do segmento reforça a liderança da empresa no mercado de telefonia móvel.
Expansão da fibra óptica e recorde em receitas fixas
No segmento fixo, a Telefônica Brasil registrou receita líquida de R$ 4,4 bilhões, avanço de 9,6%, considerado o maior crescimento da história recente da companhia.
A fibra óptica (FTTH) teve papel central nesse desempenho, com aumento de 10,6% nas receitas e 7,6% mais domicílios cobertos, totalizando 30,5 milhões de casas passadas em 450 cidades.
Além disso, os acessos ativos por fibra somaram 7,6 milhões, crescimento de 12,7%, enquanto a taxa de cancelamento (churn) se manteve baixa, em 1,46% ao mês.
Dessa forma, a expansão da fibra reforça a estratégia da companhia de priorizar produtos de maior valor agregado.
Em paralelo, o Vivo Total, produto que integra serviços fixo e móvel, cresceu 52,7% em um ano, demonstrando o potencial da convergência de serviços.
Negócios digitais e diversificação de receitas
A receita de serviços digitais corporativos (TIC e B2B) cresceu 34,2% na comparação anual, somando R$ 5,1 bilhões, o equivalente a 8,6% da receita total.
Entre os destaques estão os contratos de Internet das Coisas (IoT) — como o firmado com a Sabesp, para instalação de 4,4 milhões de medidores inteligentes até 2029 —, além da ampliação de frentes em entretenimento, saúde e serviços financeiros.
Do mesmo modo, o segmento de entretenimento registrou R$ 820 milhões em receita, avanço de 19,9%.
Enquanto isso, o Vale Saúde Sempre cresceu 87,2%, e o Vivo Pay movimentou R$ 480 milhões, com R$ 1,1 bilhão em crédito concedido.
Portanto, o avanço em novas frentes de negócio reforça a diversificação de receitas e a consolidação do ecossistema digital da Vivo.
Custos, investimentos e endividamento
Os custos totais, excluindo depreciação e amortização, aumentaram 9,2%, alcançando R$ 8,5 bilhões. Esse avanço ocorreu devido à maior atividade comercial.
Ademais, a Telefônica obteve R$ 215,7 milhões em receitas operacionais adicionais com a venda de ativos imobiliários e cabos de cobre, parte da transição do regime de concessão para autorização no serviço fixo.
Por outro lado, os investimentos totalizaram R$ 2,6 bilhões, avanço de 4,3%, com foco na expansão da rede 5G e na infraestrutura de fibra.
Como resultado, a empresa encerrou o trimestre com caixa líquido de R$ 2,99 bilhões e dívida bruta (ex-IFRS16) de R$ 3,98 bilhões, redução de 24,6% em um ano.
Política de remuneração e indicadores ESG
Até outubro, a Telefônica Brasil distribuiu R$ 5,68 bilhões aos acionistas, somando JCP, recompra de ações e redução de capital.
Além disso, o compromisso para o ciclo 2024–2026 prevê distribuição mínima de 100% do lucro líquido anual.
No campo ESG, a empresa destacou o investimento em 800 hectares de floresta amazônica, programas de inclusão social e o reconhecimento como líder em governança no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3.
Assim, a companhia reforça o compromisso com práticas sustentáveis e de longo prazo.
Por fim, a call de resultados será realizada nesta sexta-feira (31), às 10h, com transmissão pelo site de Relações com Investidores.






























