O Santander Brasil (SANB11) reportou um lucro líquido gerencial de R$ 3,659 bilhões no segundo trimestre de 2025 (2T25), resultado que representa uma alta de 9,8% em relação ao mesmo período de 2024, mas uma queda de 5,2% frente ao primeiro trimestre deste ano. O número veio abaixo das expectativas de analistas, que previam lucro entre R$ 3,73 bilhões (consenso LSEG) e R$ 3,8 bilhões (Bloomberg).
A rentabilidade do banco, medida pelo retorno sobre o patrimônio líquido médio anualizado (ROAE), ficou em 16,4%, levemente acima da estimativa de 16,3%. O ROAE indica quanto lucro o banco gera com os recursos dos acionistas — quanto maior o índice, mais eficiente é o uso desse capital. Apesar da melhora, o banco ainda se recupera do impacto da crise das Lojas Americanas em 2022, quando o indicador caiu para 8,3%.
Receita, margem e inadimplência
A receita total do Santander somou R$ 20,6 bilhões no trimestre, com alta de 3,3% na comparação anual e retração de 2,2% frente ao 1T25. A margem financeira bruta — diferença entre o que o banco ganha com crédito e o que paga para captar recursos — foi de R$ 15,396 bilhões, com crescimento de 4,4% em 12 meses e queda de 3,3% no trimestre.
As despesas com provisões para devedores duvidosos (PDD) atingiram R$ 6,862 bilhões, um salto de 16,4% na comparação anual. Segundo o comunicado oficial, o aumento reflete os impactos da Resolução CMN 4.966/21, além das taxas de juros elevadas e do maior endividamento de famílias e empresas, o que elevou o risco de inadimplência.
O índice de inadimplência acima de 90 dias ficou em 3,1%, praticamente estável ante os 3,2% do 2T24.
Carteira de crédito e receitas de serviços
A carteira de crédito ampliada totalizou R$ 675,5 bilhões, com alta de 1,5% na base anual e queda de 1,0% frente ao 1T25. Já os ativos totais encerraram junho em R$ 1,224 trilhão, recuo de 1,9% em relação ao ano anterior.
As receitas com comissões e prestação de serviços — que incluem tarifas bancárias, cartões, seguros e consórcios — totalizaram R$ 5,204 bilhões no 2T25, com crescimento de 1,3% frente ao 1T25 e de 0,4% na comparação anual.
Custos e expectativas
As despesas gerais do banco somaram R$ 6,412 bilhões, avanço de 1,5% em relação ao segundo trimestre de 2024. O banco afirma manter uma agenda de controle de gastos, com melhora gradual no índice de eficiência — que atingiu o melhor nível dos últimos três anos.
Apesar do resultado abaixo do esperado, as ações do Santander acumulam valorização de cerca de 11% em 12 meses, o que indica confiança dos investidores na estratégia de longo prazo. A teleconferência de resultados está marcada para as 10h desta quarta-feira (30), horário de Brasília.