A Petz (PETZ3) intensificou sua entrada no segmento de planos de saúde para animais de estimação, com a expansão da oferta em lojas físicas e a estreia no e-commerce prevista para 18 de agosto. A estratégia, que busca aumentar a fidelização de clientes e ampliar a utilização da rede própria de serviços veterinários, coloca a varejista em rota direta de concorrência com a Petlove, referência no setor.
O produto estava em fase-piloto desde abril deste ano e, atualmente, é comercializado em 43 unidades da Petz. Segundo a diretora financeira da companhia, Aline Penna, a primeira etapa foi restrita a funcionários, seguida por testes em duas lojas. A expansão vem ocorrendo gradualmente, com foco inicial no estado de São Paulo, onde se concentram clínicas e hospitais veterinários da rede.
O modelo adotado é verticalizado, ou seja, os atendimentos são realizados dentro da própria estrutura da empresa — diferentemente de concorrentes que utilizam redes credenciadas. “Já temos clínicas, veterinários e infraestrutura hospitalar. Quanto mais ocupamos essa capacidade, mais diluímos custos”, explicou Aline.
O preço dos planos varia entre R$ 200 e R$ 300 mensais, de acordo com o perfil do animal. A expectativa é que a modalidade contribua para elevar o tíquete médio e a recorrência de compras, tanto nas lojas físicas quanto no digital.
Concorrência com a Petlove
Com a iniciativa, a Petz se aproxima do modelo de negócios da Petlove, que tem os planos de saúde como um de seus principais diferenciais, mas não possui presença expressiva no varejo físico. A rival se posiciona contra a fusão em andamento entre a Petz e a Cobasi, outro movimento estratégico que pode alterar o equilíbrio do setor.
Resultados financeiros
A divulgação do balanço do segundo trimestre de 2025 reforçou o momento de expansão da companhia. O lucro líquido foi de R$ 23,8 milhões, frente aos R$ 818 mil registrados no mesmo período do ano anterior. Em termos ajustados, o avanço foi de 81,8%, totalizando R$ 18,5 milhões.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização — indicador usado para avaliar a geração operacional de caixa) ajustado somou R$ 83,6 milhões, alta de 39,5% na comparação anual. Analistas consultados pela LSEG projetavam lucro de R$ 8,5 milhões e Ebitda de R$ 103,7 milhões.
A receita bruta atingiu R$ 1,06 bilhão, alta de 8,6%, com destaque para o canal B2C (vendas diretas ao consumidor), que somou R$ 999,2 milhões, avanço de 8,5%, e para o canal B2B (vendas para empresas), que chegou a R$ 34,3 milhões, crescimento de 9,8%. A receita líquida foi de R$ 887,3 milhões, alta de 8,5% no ano, impulsionada por vendas em mesmas lojas e pelo aumento da participação de marcas próprias, que representaram 12,5% do mix de produtos.
Perspectivas
A empresa não divulgou metas para a base de clientes do novo serviço, mas indicou que a aceitação inicial nas lojas tem sido positiva. O lançamento online é visto como etapa fundamental para escalar o produto e ampliar a penetração nacional.