As estimativas do mercado para a inflação oficial de 2025 recuaram pela décima semana consecutiva, segundo o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (4). A nova projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 5,09% para 5,07%. Para 2026, a expectativa também foi ajustada para baixo, de 4,44% para 4,43%.
O Focus é um relatório semanal do Banco Central que compila as previsões de cerca de cem instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos do país. Os dados refletem a percepção do mercado sobre o desempenho futuro da economia brasileira.
Além do IPCA, o relatório trouxe estabilidade nas projeções para o câmbio, a taxa básica de juros (Selic) e o Produto Interno Bruto (PIB) em boa parte do horizonte analisado. A mediana para o dólar em 2025 segue em R$ 5,60, enquanto para 2026, 2027 e 2028 permanece em R$ 5,70.
Inflação segue em trajetória de desaceleração
A expectativa para a inflação nos anos seguintes também se manteve estável ou apresentou ligeiras quedas. Para 2027, a projeção do IPCA está em 4,00%, e para 2028, permanece em 3,80%. O IPCA é o principal indicador utilizado para medir a variação de preços ao consumidor no Brasil.
Já o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que costuma ser usado para reajustes em contratos de aluguel, teve projeção de queda para 2025: passou de 1,60% para 1,33%. Para 2026, no entanto, a estimativa subiu de 4,42% para 4,43%. Para 2027, o número segue em 4%, e, para 2028, permanece em 3,96%.
No grupo dos preços administrados — aqueles controlados ou fortemente influenciados pelo governo, como energia elétrica e combustíveis — a expectativa para 2025 subiu de 4,69% para 4,71%. Para 2026, permaneceu em 4,19%; para 2027, em 4,00%; e para 2028, avançou de 3,70% para 3,72%.
PIB tem leve revisão para baixo em 2026 e 2027
A projeção de crescimento do PIB para 2025 segue em 2,23% pela quarta semana consecutiva. O dado indica a expectativa de expansão da atividade econômica no ano que vem. Já para 2026, houve uma leve revisão de 1,89% para 1,88%. Em 2027, a previsão caiu de 2,00% para 1,95%. A estimativa para 2028 permanece em 2,00%, mesma taxa observada nas últimas 73 semanas.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e funciona como um termômetro do desempenho econômico. Quedas sucessivas nas projeções indicam um ambiente de incertezas ou expectativa de menor dinamismo da economia.
Juros seguem estáveis no médio e longo prazo
As expectativas para a taxa Selic — referência para os juros praticados no país — permaneceram inalteradas. O mercado projeta 15% ao final de 2025, 12,50% em 2026, 10,50% em 2027 e 10% em 2028. A Selic é a principal ferramenta usada pelo Banco Central para controlar a inflação.
A manutenção das projeções indica que os analistas ainda veem a necessidade de uma política monetária mais restritiva, pelo menos no curto prazo, para manter a inflação dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).