A arrecadação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) somou R$ 8,020 bilhões em junho de 2025, registrando alta real de 38,83% em relação ao mesmo mês do ano anterior, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (24) pela Receita Federal. O crescimento foi impulsionado, principalmente, por alterações legislativas que elevaram as alíquotas do tributo.
O desempenho do IOF contribuiu significativamente para o resultado da arrecadação federal no mês, que atingiu R$ 234,59 bilhões. De acordo com o Fisco, o avanço foi puxado por operações de saída de moeda estrangeira, além de operações de crédito voltadas a pessoas jurídicas.
Segundo Claudemir Malaquias, chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita, o modelo atual de apuração da arrecadação do IOF não permite a segregação precisa por categoria de operação, o que dificulta uma análise mais detalhada dos setores mais impactados pela mudança de alíquota. Ainda assim, o órgão atribui o resultado à recente modificação na legislação tributária, implementada por decreto presidencial em maio.
No acumulado de janeiro a junho de 2025, a arrecadação com IOF foi de R$ 36,867 bilhões, o que representa um aumento real de 8,80% na comparação com o mesmo período de 2024. Já a arrecadação total do semestre chegou a R$ 1,425 trilhão.
Além do IOF, a Receita destacou o crescimento da arrecadação com Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre capital, atribuído à manutenção da taxa Selic em níveis elevados. Fundos de renda fixa e títulos públicos apresentaram desempenho superior, reforçando a tendência de busca por ativos de maior rentabilidade.
Outros tributos que apresentaram desempenho positivo no semestre foram PIS e Cofins, especialmente nas importações, além dos impostos arrecadados por instituições financeiras. Esses resultados foram impulsionados pela valorização cambial, aumento das alíquotas médias efetivas e pelo dinamismo de segmentos ligados ao setor externo e ao crédito corporativo.
A Receita considera que os números refletem uma trajetória de consolidação fiscal, com melhoria nas receitas e fortalecimento das políticas tributárias adotadas pelo governo federal. A expectativa é de continuidade desse movimento no segundo semestre, a depender do comportamento da economia e da estabilidade nas regras fiscais e monetárias.