O Banco Central (BC) rejeitou na quarta-feira (3) a proposta de aquisição do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB). A operação estava avaliada em cerca de R$ 2 bilhões e vinha sendo analisada desde março.
Com a decisão, o contrato entre os bancos será rescindido, conforme informou o BRB em fato relevante. A instituição, controlada pelo governo do Distrito Federal, disse que pedirá acesso aos fundamentos técnicos da negativa. O banco afirmou ainda que manterá os acionistas informados sobre os próximos passos.
O Banco Master declarou em nota que aguarda a íntegra do documento para avaliar os motivos da decisão. A instituição, liderada por Daniel Vorcaro, afirmou continuar confiante em sua estratégia de negócios.
Estrutura da operação rejeitada
O acordo previa a compra de 58% do capital do Master, incluindo 49% das ações ordinárias e 100% das preferenciais. Em junho, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) havia aprovado a operação sem restrições, já que a participação conjunta não ultrapassaria 20% do mercado.
Na mesma época, o BC autorizou aumento de R$ 1 bilhão no capital social do Master, que passou a R$ 3,76 bilhões. O movimento foi visto como avanço na negociação. Mesmo assim, a autoridade monetária manteve em análise a capacidade financeira do BRB para sustentar a nova estrutura de capital.
Contexto e críticas
O acordo recebeu críticas de analistas do setor. Especialistas apontaram que BRB e Master têm portes semelhantes, o que poderia gerar dificuldades na integração. Além disso, o Master se expandiu nos últimos anos por meio de financiamentos de alto risco, baseados em dívidas de rendimento elevado.
Em julho, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, afirmou que a análise não considerava a conveniência do negócio. O foco estava na viabilidade econômica da operação e na solidez das instituições envolvidas.
Próximos passos
Segundo fonte próxima ao processo ouvida pela Reuters, o BRB avalia alternativas para reduzir riscos identificados pelo Banco Central. A expectativa é que as instituições aguardem a fundamentação técnica da decisão antes de anunciar medidas adicionais.
A rejeição encerra, ao menos por enquanto, uma das maiores operações de aquisição bancária em discussão no país em 2025.