O Brasil se autodeclarou livre da gripe aviária de alta patogenicidade nesta quarta-feira (18), após o encerramento oficial do chamado vazio sanitário. A medida foi comunicada pelo Ministério da Agricultura à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e marca um passo decisivo para a retomada das exportações de carne de frango, impactadas desde o primeiro surto registrado em maio.
O foco da doença foi identificado em uma granja comercial localizada em Montenegro, no Rio Grande do Sul. Desde então, autoridades sanitárias seguiram protocolos internacionais, desinfetaram completamente o local e monitoraram a ausência de novos casos. O período de 28 dias sem registros, exigido para o reconhecimento da recuperação, foi cumprido com êxito.
Em nota, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o Brasil atuou com agilidade e responsabilidade: “Seguimos todos os protocolos, contivemos o foco e agora avançamos para uma retomada gradativa do comércio exterior, mostrando a força do serviço sanitário brasileiro”.
Com o fim do vazio sanitário, o governo iniciou a notificação oficial aos países que impuseram restrições temporárias à carne de frango brasileira. A expectativa é de que os embargos sejam progressivamente suspensos, conforme cada nação avalie as condições sanitárias apresentadas pelo país.
A gripe aviária levou dezenas de importadores a adotarem medidas de contenção, com destaque para China, União Europeia e Japão. Enquanto alguns optaram por proibir produtos avícolas de todo o território nacional, outros restringiram apenas as cargas originárias do município gaúcho afetado.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a média diária de exportações de carne de frango in natura do Brasil caiu cerca de 25% nas duas primeiras semanas de junho, em relação ao mesmo período de 2024. O impacto econômico reforça a importância da rápida resposta sanitária e da articulação diplomática para restaurar a confiança no produto brasileiro.
Para Carlos Goulart, secretário de Defesa Agropecuária, o resultado fortalece a credibilidade do sistema nacional: “Chegamos hoje ao fim do vazio sanitário. Isso não apenas reforça a confiabilidade do nosso controle sanitário, como também representa um avanço essencial para a reabertura dos mercados internacionais”.
Apesar da autodeclaração, o status sanitário oficial ainda precisa ser ratificado pela OMSA. A expectativa, no entanto, é de que a reclassificação seja confirmada em breve, permitindo ao Brasil recuperar plenamente sua posição como líder global nas exportações de carne de frango.