A confiança do consumidor nos Estados Unidos subiu em junho, registrando sua primeira alta em seis meses. O Índice de Confiança do Consumidor, medido pela Universidade de Michigan, avançou para 60,5 pontos, frente aos 52,2 registrados em maio. O resultado superou as expectativas do mercado, que projetava um índice de 53,5, segundo pesquisa da agência Reuters.
A melhora é atribuída à dissipação parcial do impacto causado por tarifas elevadas e à diminuição da volatilidade nas políticas econômicas observadas nas últimas semanas. “Os consumidores parecem ter se recuperado um pouco do choque das tarifas extremamente altas anunciadas em abril e da volatilidade das políticas observada nas semanas seguintes”, explicou Joanne Hsu, diretora da pesquisa.
Apesar do avanço, o cenário permanece instável. Os ataques israelenses a instalações nucleares no Irã, ocorridos nesta sexta-feira (13), provocaram um aumento nos preços internacionais do petróleo — que subiram mais de US$ 5 por barril, atingindo máximas não vistas há anos. O episódio reacendeu temores sobre possíveis retaliações e interrupções no fornecimento da commodity, o que pode impactar o custo de vida e pressionar a inflação nos próximos meses.
Ainda assim, as expectativas inflacionárias mostram sinais de alívio. As projeções de inflação para os próximos 12 meses recuaram de 6,6% em maio para 5,1%. No horizonte de longo prazo, a estimativa também cedeu, passando de 4,2% para 4,1%. A desaceleração das expectativas pode indicar uma percepção mais otimista quanto à estabilidade de preços, fator que influencia diretamente o comportamento de consumo das famílias.
Especialistas, no entanto, mantêm uma postura cautelosa. Embora a alta no índice seja positiva, há uma percepção generalizada de que o ambiente econômico ainda enfrenta riscos significativos, tanto no plano interno quanto externo. A confiança do consumidor é considerada um termômetro importante da atividade econômica, especialmente em um país cujo crescimento é fortemente impulsionado pelo consumo das famílias.
O avanço registrado em junho, portanto, é um dado relevante, mas que deve ser observado com prudência pelos formuladores de políticas e investidores. A continuidade da recuperação dependerá da evolução dos conflitos geopolíticos, da trajetória dos preços e da capacidade de resposta das autoridades econômicas diante de novos choques.