(Por redação do Cash Post, publicado em 19 de maio de 2025 às 17:53)
A agência de classificação de risco Moody’s Ratings anunciou nesta segunda-feira (19) o rebaixamento das notas de crédito de cinco grandes bancos dos Estados Unidos, em resposta à recente revisão da nota da dívida soberana do país, que caiu de “Aaa” para “Aa1”. A decisão impacta diretamente instituições como Bank of America, JPMorgan Chase e Wells Fargo, cujas notas de depósitos de longo prazo foram reduzidas de “AA1” para “AA2”.
O rebaixamento reflete uma mudança no entendimento da agência sobre a capacidade do governo norte-americano de oferecer suporte financeiro ao sistema bancário em períodos de crise. Essa capacidade vinha sendo considerada um importante pilar de segurança na avaliação dos principais bancos do país.
Além das alterações nas notas de depósitos, a Moody’s também modificou a classificação da dívida sênior não garantida e as notas de emissores ligados a subsidiárias do Bank of America e do Bank of New York Mellon. No caso do JPMorgan, a perspectiva atribuída é positiva, sinalizando resiliência e posição sólida no setor. Já para o Bank of America e o Wells Fargo, a perspectiva permaneceu estável.
Impactos do rebaixamento e perspectivas futuras
A Moody’s ressaltou que, com a revisão da nota soberana, um nível de apoio implícito do governo foi removido das análises de crédito dos bancos. No entanto, a agência ainda considera existir uma “probabilidade moderada” de que essas instituições sejam amparadas pelo governo em cenários extremos, como crises de capital, problemas de liquidez ou falhas em governança de riscos.
Diferentemente dos bancos rebaixados, Citigroup, Goldman Sachs e Morgan Stanley não sofreram alterações em suas classificações, já que suas notas não dependem diretamente de garantias estatais.
Para o JPMorgan, a Moody’s vê possibilidade de revisão positiva se os resultados financeiros mantiverem trajetória de crescimento consistente. Já o Wells Fargo precisará demonstrar avanços no cumprimento de exigências regulatórias (compliance) para evitar novas pressões negativas em sua avaliação de risco.
Contexto econômico e implicações
O rebaixamento de importantes instituições financeiras norte-americanas ocorre em um contexto de incertezas fiscais e econômicas nos Estados Unidos, o que acende alertas sobre a robustez estrutural do sistema bancário. A medida pode influenciar decisões de investidores e elevar os custos de captação dessas instituições no mercado internacional.
Especialistas avaliam que a decisão da Moody’s também serve como sinal de alerta para a política econômica do país, em um momento em que déficits fiscais, juros elevados e disputas orçamentárias pressionam a confiança de agências internacionais sobre a dívida dos EUA.