As exportações de carne bovina do Brasil registraram alta de 11,4% nos cinco primeiros meses de 2025, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). Entre janeiro e maio, o país embarcou 1,2 milhão de toneladas do produto, gerando uma receita superior a US$ 5,8 bilhões.
Somente no mês de maio, foram exportadas 205,8 mil toneladas da proteína, volume 4,3% superior ao registrado no mesmo período de 2024. O desempenho reforça a tendência de crescimento no setor, que deve fechar o ano com alta de 12% em volume e faturamento, conforme projeção da própria Abiec.
“O desempenho ao longo de 2025 mostra que estamos no caminho certo”, afirmou o presidente da entidade, Roberto Perosa. Segundo ele, a meta é ultrapassar a marca de 3,2 milhões de toneladas exportadas até dezembro, com vendas que podem alcançar US$ 14,4 bilhões.
Produtos com maior destaque e equilíbrio com mercado interno
Entre os produtos com maior destaque nas exportações de carne bovina em maio, a gordura bovina apresentou crescimento superior a 100% em relação a abril. Também tiveram bom desempenho as categorias de tripa e produtos salgados.
Apesar do forte ritmo das exportações, cerca de 70% da produção nacional de carne bovina ainda é destinada ao mercado interno. Segundo a Abiec, isso demonstra um equilíbrio estratégico entre o abastecimento doméstico e a presença internacional do produto brasileiro.
Principais destinos da carne bovina brasileira
A China segue como principal mercado de destino da carne bovina brasileira. Em maio, o país asiático comprou 112,8 mil toneladas, representando 45% do total embarcado no mês e movimentando cerca de US$ 585 milhões.
Os Estados Unidos ocupam a segunda posição, com 27,4 mil toneladas adquiridas em maio (US$ 168,7 milhões) e 163 mil toneladas no acumulado do ano, o que representa um crescimento de 121% na comparação com o mesmo período de 2024.
O destaque, porém, ficou com o México, que aumentou em 361% suas importações da proteína brasileira entre janeiro e maio, totalizando 35,6 mil toneladas no ano. Em maio, foram 11,3 mil toneladas exportadas para o país.
Também figuram entre os principais destinos: Chile (9,8 mil toneladas), Rússia (9,4 mil), Egito (8,3 mil), Hong Kong (7,8 mil), União Europeia (7,4 mil), Filipinas (6,3 mil) e Arábia Saudita (5 mil toneladas).
Status sanitário abre novas portas para o setor
Em maio, a Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA) reconheceu o Brasil como livre de febre aftosa sem vacinação, condição que deve ampliar o acesso da carne bovina nacional a mercados mais exigentes. “Essa conquista abre portas para novos acordos comerciais e fortalece a imagem do Brasil como fornecedor confiável no cenário global”, afirmou Perosa.
Com perspectivas favoráveis, o setor de carne bovina aposta na consolidação de sua presença internacional, mantendo ao mesmo tempo o compromisso com o abastecimento interno e a segurança alimentar.