A Petlove deve recorrer ao último recurso disponível para tentar impedir a fusão entre as concorrentes Petz (PETZ3) e Cobasi. A contestação deve ser formalizada até esta segunda-feira (23), data-limite para manifestações junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
O movimento da Petlove busca reverter a decisão da Secretaria Geral do Cade, que aprovou a fusão sem restrições. A empresa alega que a união das duas gigantes do mercado pet pode afetar a concorrência e representar riscos ao consumidor, segundo apuração publicada neste sábado (21) pelo jornal O Globo.
Anunciada em agosto de 2024, a operação prevê a incorporação da Petz por uma subsidiária da Cobasi, em um processo que culminará na transformação da Petz em uma empresa controlada pela Cobasi S.A. A nova companhia nasce com receita líquida combinada estimada em R$ 6,9 bilhões, lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 464 milhões e um portfólio de mais de 20 marcas próprias.
Caso não haja acolhimento de novos recursos ou manifestações por parte do Tribunal do Cade, a aprovação se tornará definitiva, consolidando a criação de um dos maiores grupos do setor de produtos e serviços para animais de estimação no país.
Estrutura acionária e impactos no mercado
Com a fusão, os acionistas da Petz passarão a deter 52,6% da nova companhia, enquanto os investidores da Cobasi ficarão com os 47,4% restantes. A relação de troca estipula que cada ação PETZ3 dará direito a 0,0090445 ação da Cobasi, refletindo o valor de mercado de ambas as empresas no momento do anúncio.
O avanço da operação representa uma reconfiguração importante no setor pet, que tem se mostrado cada vez mais competitivo e atrativo para investidores. O mercado acompanha com atenção o desfecho do embate jurídico, uma vez que a posição da Petlove pode gerar novos desdobramentos regulatórios e estratégicos.
A Petlove, por sua vez, tem adotado uma postura crítica em relação à concentração de mercado e afirma que seguirá utilizando todos os mecanismos legais disponíveis para tentar impedir o avanço da fusão Petz e Cobasi.