Os mercados globais reagiram com forte aversão ao risco nesta sexta-feira (13) após ataques entre Israel e Irã intensificarem as tensões geopolíticas no Oriente Médio. Enquanto o petróleo disparou e as bolsas de Nova York fecharam em queda superior a 1%, o Ibovespa cedeu 0,43%, aos 137.212 pontos, impactado pelo clima externo e pela falta de clareza fiscal no Brasil. O dólar, na contramão do exterior, fechou estável ante o real.
Na madrugada (horário de Brasília), Israel lançou ataques aéreos contra o Irã, alegando ter atingido instalações nucleares e militares. Horas depois, Teerã retaliou com mísseis balísticos contra alvos israelenses, agravando ainda mais o cenário.
Bolsas globais em queda com escalada da tensão
Em Wall Street, o Dow Jones caiu 1,79%, o S&P 500 recuou 1,13% e o Nasdaq perdeu 1,30%. O índice de volatilidade VIX, conhecido como “termômetro do medo”, chegou a 22 pontos durante o pregão, refletindo o aumento da percepção de risco.
Papéis do setor de defesa — como Lockheed Martin (+3,62%) — e petróleo — como Exxon Mobil (+2,16%) — foram destaque positivo, enquanto empresas de turismo e tecnologia recuaram com o temor de impacto nos custos e na atividade econômica.
Ibovespa recua, com Petrobras em alta e bancos em queda
No Brasil, o Ibovespa caiu 0,43%, mesmo com a alta das ações da Petrobras, sustentadas pelo avanço do petróleo Brent, que disparou 7%, ultrapassando os US$ 74 o barril.
- PETR4 subiu 2,46% e PETR3, 2,13%, com anúncio de atualização do dividendo para R$ 0,37 por ação.
- VALE3 recuou 1,33%, influenciada pela queda do minério na China.
- Bancos como Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) também fecharam em queda.
- Papéis ligados ao consumo e ao varejo, mais sensíveis aos juros, sofreram com o cenário adverso: CVC caiu 8,33% e Magazine Luiza, 7,07%.
Apesar do recuo no dia, o índice acumula alta de 0,82% na semana.
Dólar fecha estável ante o real, apesar da pressão externa
Embora o dólar tenha se fortalecido globalmente com o aumento da aversão a risco, a moeda norte-americana fechou praticamente estável no Brasil, com leve baixa de 0,04%, cotada a R$ 5,5413.
Segundo operadores, a valorização das commodities e atuações pontuais de venda ajudaram a conter o movimento de alta por aqui. Na semana, o dólar acumula queda de 0,52% e, no ano, já recua 10,32%.
Próximos eventos no radar
Investidores devem permanecer atentos aos desdobramentos do conflito no Oriente Médio e à agenda econômica da próxima semana, que trará decisões de juros dos bancos centrais do Brasil (Copom) e dos Estados Unidos (Fed), além de atualizações sobre o impasse fiscal envolvendo o IOF e possíveis compensações, como a taxação de LCAs, LCIs e JCP.