(Por redação do Cash Post, publicado em 27 de maio de 2025 às 12:17)
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, avançou 0,36% em maio, segundo dados divulgados nesta terça-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa uma desaceleração em relação à taxa de 0,43% registrada em abril e veio abaixo das estimativas do mercado, que projetavam alta de 0,44% para o período.
No acumulado de 2025, o indicador já soma uma elevação de 2,80%. Em 12 meses, a variação alcança 5,40%, também inferior à expectativa de 5,49% apontada por analistas consultados pela Reuters. Em maio do ano passado, a taxa havia sido de 0,44%.
Entre os nove grupos de produtos e serviços avaliados pelo IBGE, os principais impactos sobre o índice vieram de Habitação, com alta de 0,67%, e Saúde e Cuidados Pessoais, que subiu 0,91%. Juntos, esses dois segmentos contribuíram com 0,22 ponto percentual (p.p.) da variação total do IPCA-15.
O aumento na conta de energia elétrica residencial, que subiu 1,68%, teve peso relevante na composição do índice, respondendo por 0,06 p.p. do total. A alta é consequência da volta da bandeira tarifária amarela, que implica cobrança adicional na conta de luz. Também pressionaram o resultado os medicamentos, que registraram alta de 1,93%, reflexo do reajuste autorizado pelo governo federal, de até 5,09%, no fim de março.
Por outro lado, o grupo Transportes apresentou recuo de 0,29%, ajudando a conter o avanço da inflação. A principal contribuição negativa veio das passagens aéreas, com queda de 11,18%. Houve também redução nas tarifas de ônibus urbano em algumas capitais, efeito das políticas locais de gratuidade em domingos e feriados.
O grupo Alimentação e Bebidas, que havia subido 1,14% em abril, desacelerou para 0,39% neste mês. Itens como tomate (-7,28%) e arroz (-4,31%) tiveram quedas expressivas e compensaram altas da batata-inglesa (21,75%) e da cebola (6,14%).
Inflação moderada em todas as regiões
Todas as regiões pesquisadas registraram variação positiva em maio. Goiânia apresentou a maior alta regional, com avanço de 0,79%, impulsionado principalmente pelos preços dos combustíveis. Curitiba, por sua vez, teve a menor variação, com 0,18%.
O resultado reforça uma trajetória de moderação inflacionária, apesar das pressões pontuais em itens essenciais. Para analistas, o comportamento mais contido da inflação pode influenciar decisões futuras de política monetária e abre espaço para debates sobre o rumo da taxa básica de juros.