A XP Inc. (XPBR31) alcançou o maior lucro de sua história no primeiro trimestre de 2025, mesmo enfrentando a sazonalidade típica do período, marcada por férias e feriados como o Carnaval. A companhia reportou lucro líquido ajustado de R$ 1,236 bilhão entre janeiro e março, o que representa um crescimento de 20% em relação ao mesmo período do ano anterior e de 2% frente ao último trimestre de 2024.
A receita bruta total somou R$ 4,6 bilhões, com avanço de 7% na comparação anual. O segmento de varejo respondeu por R$ 3,44 bilhões, com alta de 10%. O resultado foi impulsionado pelo desempenho da renda fixa, que passou a ser a principal fonte de receita da XP no varejo pela primeira vez. O segmento gerou R$ 1,015 bilhão em faturamento, uma alta de 44% em relação ao primeiro trimestre de 2024.
Crescimento com disciplina de custos
O lucro antes de impostos (EBT) foi de R$ 1,263 bilhão, representando um aumento de 16% em um ano. A margem EBT subiu 220 pontos-base no mesmo período, chegando a 29,1%. As despesas administrativas e gerais recuaram 10% na comparação trimestral, totalizando R$ 1,417 bilhão. O índice de eficiência, que mede a relação entre despesas e receitas, caiu para 34,1%, reforçando o controle de custos da companhia.
Segundo a XP, a melhora reflete ganhos de escala e investimentos contínuos em sua plataforma, incluindo o aprimoramento de produtos bancários e a ampliação da força de assessores de investimentos.
Renda variável e mercado institucional em queda
Apesar do bom desempenho em renda fixa, a receita com renda variável caiu 15% em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando R$ 959 milhões. O recuo acompanha a redução no volume financeiro médio diário negociado na B3, que caiu 6,9% frente ao último trimestre, segundo balanço da própria Bolsa.
A receita institucional também apresentou retração de 3%, somando R$ 344 milhões. Em contrapartida, as receitas com grandes empresas e mercado de capitais subiram 11%, para R$ 562 milhões, mesmo com menor volume na indústria local. A XP afirmou ter ganhado participação no mercado de crédito (DCM).
Ativos sob gestão batem R$ 1,3 trilhão
A captação líquida no trimestre foi de R$ 24 bilhões, abaixo dos R$ 29 bilhões registrados entre outubro e dezembro, mas quase o dobro dos R$ 13 bilhões captados no mesmo período do ano anterior. Com isso, os ativos sob gestão alcançaram R$ 1,328 trilhão, alta de 13% na base anual.
O número de clientes ativos chegou a 4,7 milhões, com crescimento de 2% em relação ao primeiro trimestre de 2024. O total de assessores de investimentos permaneceu estável, em 18,1 mil profissionais.
Recompra de ações reforça estratégia de retorno ao acionista
A companhia anunciou também um novo programa de recompra de ações no valor de R$ 1 bilhão. A medida integra o plano de destinar pelo menos 50% do lucro aos acionistas até o final de 2025, seja por meio de dividendos ou recompras. O lucro por ação avançou 24% na comparação anual, atingindo R$ 2,29.