O governo federal lançou nesta semana, em Brasília, o AgroAmigo, programa de microcrédito que vai disponibilizar R$ 1 bilhão a pequenos produtores rurais das regiões Norte e Centro-Oeste. A iniciativa é voltada a famílias com renda bruta anual de até R$ 50 mil que dependem da agricultura como principal meio de subsistência.
Segundo o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), o objetivo é ampliar o acesso a financiamento para agricultores familiares, pescadores artesanais, pecuaristas de pequeno porte, comunidades tradicionais, indígenas, quilombolas e extrativistas. A estimativa é de que 100 mil famílias possam ser beneficiadas.
Operacionalização pelo Banco da Amazônia
A nova linha de crédito será operacionalizada pelo Banco da Amazônia, responsável pela aplicação dos recursos na região amazônica. A instituição afirma que o microcrédito rural deve estimular a geração de renda, melhorar as condições de trabalho no campo e apoiar práticas sustentáveis, como a recuperação de pastagens degradadas.
O programa é inspirado no modelo já adotado pelo Banco do Nordeste (BNB), também denominado AgroAmigo, que se consolidou como uma das principais ferramentas de inclusão financeira na agricultura familiar.
Valores e condições de crédito
De acordo com o Banco da Amazônia, os limites de financiamento variam conforme o perfil do beneficiário:
- Mulheres podem acessar até R$ 15 mil;
- Jovens, até R$ 8 mil;
- Homens, até R$ 12 mil.
Uma mesma família pode somar até R$ 35 mil em crédito, desde que os integrantes estejam inscritos no Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF), registro oficial que identifica trabalhadores do campo aptos a acessar políticas públicas de fomento.
Os recursos podem ser aplicados em melhorias estruturais nas propriedades, como construção de reservatórios e armazéns, implantação de sistemas de irrigação e investimentos em sustentabilidade.
Repercussão do lançamento
O lançamento contou com a presença de representantes do governo e de instituições financeiras. Estiveram no evento o ministro do MIDR, Waldez Góes, o secretário da pasta, Eduardo Tavares, além de dirigentes da Caixa Econômica Federal (CEF), do Banco do Brasil (BB) e da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).
Para o gerente executivo de Estratégias de Negócios do Banco da Amazônia, Misael Moreno, a chegada do AgroAmigo à região é estratégica:
“Ao levar o AgroAmigo para a Amazônia, o Banco da Amazônia fortalece a agricultura familiar, reduz desigualdades regionais e impulsiona a sustentabilidade no Norte”, afirmou.