A Petrobras (PETR3; PETR4) divulgou nesta quinta-feira (7) seus resultados financeiros referentes ao segundo trimestre de 2025 e anunciou a distribuição de R$ 8,66 bilhões em proventos aos acionistas. A estatal apurou lucro líquido de R$ 26,65 bilhões entre abril e junho, revertendo o prejuízo registrado no mesmo período de 2024.
O montante a ser pago em proventos, que inclui dividendos e juros sobre capital próprio (JCP), corresponde a R$ 0,67192409 por ação ordinária e preferencial em circulação. Os pagamentos ocorrerão em duas parcelas, previstas para novembro e dezembro deste ano.
Distribuição de proventos: R$ 0,67 por ação
De acordo com o fato relevante divulgado ao mercado, os pagamentos serão feitos como antecipação da remuneração aos acionistas relativa ao exercício de 2025, com base no balanço de 30 de junho.
A primeira parcela será paga em 21 de novembro, no valor de R$ 0,33596205 por ação, integralmente sob a forma de juros sobre capital próprio. Já a segunda parcela, no mesmo valor unitário, será quitada em 22 de dezembro, sendo R$ 0,20092175 em dividendos e R$ 0,13504029 em JCP.
A data de corte para ter direito ao benefício é 21 de agosto de 2025 para as ações negociadas na B3, e 25 de agosto para os recibos de ações (ADRs) na Bolsa de Nova York (NYSE). A partir de 22 de agosto, os papéis passam a ser negociados ex-direitos.
A estatal destacou que a distribuição está em linha com sua Política de Remuneração aos Acionistas, que prevê a distribuição de 45% do fluxo de caixa livre quando a dívida bruta estiver abaixo de US$ 75 bilhões — patamar atualmente vigente no Plano de Negócios da companhia.
Lucro líquido supera projeções
No segundo trimestre, o lucro da Petrobras superou as expectativas do mercado. Analistas consultados pela LSEG projetavam resultado de R$ 20,1 bilhões, mas a companhia apresentou lucro líquido de R$ 26,65 bilhões. O Ebitda ajustado — indicador que mede o resultado operacional antes de juros, impostos, depreciações e amortizações — foi de R$ 52,3 bilhões, alta de 5,1% em relação ao mesmo período de 2024.
Apesar do lucro expressivo, a receita de vendas caiu 2,6% na comparação anual, totalizando R$ 119 bilhões. Na comparação com o primeiro trimestre de 2025, a queda foi de 3,3%.
Já o lucro líquido ajustado — que desconsidera eventos não recorrentes — ficou em R$ 23,18 bilhões, impactado pela queda de 10% na cotação do Brent (referência internacional do petróleo) e por um aumento nas despesas operacionais.
Endividamento e fluxo de caixa
O fluxo de caixa livre apresentou retração significativa, caindo 40% frente ao segundo trimestre de 2024 e somando R$ 19,2 bilhões. A dívida líquida, calculada em dólar, subiu para US$ 68 bilhões, ante US$ 59 bilhões no mesmo período do ano anterior. Com isso, o índice de alavancagem (dívida líquida sobre Ebitda dos últimos 12 meses) passou de 0,95x para 1,53x.
Em contrapartida, o caixa e equivalentes de caixa totalizaram R$ 38,2 bilhões, com disponibilidades ajustadas de R$ 51,8 bilhões. As atividades operacionais geraram R$ 42,4 bilhões no trimestre, e a empresa realizou captações de R$ 14,5 bilhões no período.
Produção e acordos
Entre os destaques operacionais, a companhia apontou aumento na produção de óleo e gás. Também foi mencionado o Acordo de Individualização da Produção (AIP) da Jazida Compartilhada de Jubarte, aprovado em julho e com vigência iniciada em 1º de agosto. Pelo acordo, a Petrobras detém 97% de participação, com a fatia restante dividida entre Shell, Brava, ONGC e União. A estatal antecipou que haverá impacto financeiro no terceiro trimestre devido ao ressarcimento de investimentos vinculados ao acordo.