A Vivo (VIVT3) anunciou nesta quinta-feira (10) a aquisição da participação de 50% do fundo canadense CDPQ (La Caisse de dépôt et placement du Québec) na FiBrasil, empresa de infraestrutura de fibra óptica. A operação foi fechada por R$ 850 milhões e ainda depende da aprovação da Anatel e do Cade para ser concluída.
Com a transação, a Vivo passará a deter 75% das ações da FiBrasil, considerando bônus de subscrição. Os 25% restantes permanecem sob controle da Telefónica Infra S.L, subsidiária da espanhola Telefónica, que também é controladora da operadora brasileira.
A compra representa um passo importante na estratégia da Vivo de consolidar sua presença no mercado de redes de fibra óptica, considerado um dos principais vetores de crescimento no setor de telecomunicações. A FiBrasil atua como operadora de rede neutra e foi criada em 2021 com o objetivo de acelerar a cobertura da Vivo em cidades fora dos grandes centros urbanos.
Expansão e consolidação no setor
Segundo dados divulgados, a FiBrasil já atinge 4,6 milhões de domicílios (homes passed) em 151 cidades de 22 estados brasileiros. A empresa atende cerca de 700 mil clientes, dos quais 95% são usuários da Vivo.
A aquisição permitirá à operadora consolidar os ativos da FiBrasil em seu balanço, incluindo uma dívida líquida de R$ 810 milhões. O valuation da empresa foi estimado em R$ 2,5 bilhões.
Com o avanço, a Vivo chega a 30 milhões de domicílios cobertos e 7,2 milhões de clientes conectados por fibra óptica em todo o país. A empresa já atua em 444 municípios com essa tecnologia, considerada essencial para a expansão da internet de alta velocidade.
Estratégia de longo prazo
De acordo com Ricardo Hobbs, vice-presidente de estratégia da Vivo, a operação faz parte de um plano de consolidação no setor, marcado pela alta fragmentação e competição. Estima-se que cerca de 10 mil empresas disputem o mercado de fibra no Brasil, sendo que 64% do setor está nas mãos de provedores regionais. A Vivo detém atualmente 18% de participação de mercado.
“O mercado de fibra ainda precisa se racionalizar em expectativas e múltiplos. A Vivo tem um balanço sólido, o que permite avaliar aquisições com mais agilidade”, afirmou Hobbs.
A empresa vê na consolidação um caminho viável para sustentar o crescimento num setor de capital intensivo. A meta até o fim de 2024 era atingir 24 milhões de domicílios com fibra óptica por meio da infraestrutura da FiBrasil — marca que foi superada.
A XP Investimentos, em relatório recente, reforçou a atratividade da estratégia FTTH (Fiber to the Home), que leva a conexão diretamente ao domicílio do cliente. A corretora elevou o preço-alvo das ações da Vivo, destacando a aposta da empresa em tecnologia e expansão.