O Itaú Unibanco (ITUB4) anunciou nesta terça-feira (5) o pagamento de R$ 0,592875 líquidos por ação em juros sobre o capital próprio (JCP), com repasse aos acionistas programado para o dia 29 de agosto de 2025. O valor corresponde à soma de dois JCPs: um declarado neste mês, de R$ 0,3634 brutos por ação, e outro previamente aprovado em 29 de maio, de R$ 0,3341 brutos. Após a retenção do Imposto de Renda de 15%, o montante final será distribuído de forma igualitária entre ações ordinárias (ITUB3) e preferenciais (ITUB4).
Para ter direito ao pagamento, os investidores devem estar posicionados em duas datas específicas: até 18 de agosto para o JCP mais recente, com ações negociadas “ex-direito” a partir de 19 de agosto; e até 9 de junho para o valor anteriormente declarado.
A medida reforça a política de remuneração ao acionista do banco, que alia distribuição de lucros com recorrência a uma performance operacional robusta.
Lucro cresce 14,3% e ROE atinge 23,3%
Paralelamente ao anúncio dos proventos, o Itaú divulgou seu resultado financeiro do segundo trimestre de 2025, com lucro líquido recorrente de R$ 11,5 bilhões, representando um crescimento de 14,3% em relação ao mesmo período de 2024. O desempenho veio em linha com as projeções de mercado, que estimavam R$ 11,3 bilhões, segundo dados da LSEG (antiga Refinitiv).
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) atingiu 23,3%, superando os principais concorrentes — como o Santander Brasil, com 16,4%, e o Bradesco, com 14,6%. No Brasil, o ROE do Itaú foi ainda maior, alcançando 24,4%, o que reforça sua liderança em rentabilidade no setor bancário nacional.
Carteira de crédito cresce e inadimplência segue controlada
A carteira de crédito total do Itaú chegou a R$ 1,4 trilhão, um avanço de 7,3% em doze meses. O segmento de pessoas físicas apresentou crescimento de 8%, com destaque para o financiamento imobiliário, que subiu 17,2%, seguido por cartão de crédito (+7,7%) e crédito pessoal (+5,5%).
A inadimplência acima de 90 dias, indicador usado para medir o risco de calote, manteve-se estável em 1,9%, o menor nível dos últimos 18 trimestres. Já a inadimplência entre 15 e 90 dias caiu 0,1 ponto percentual em relação ao trimestre anterior. Segundo o banco, o desempenho positivo reflete um portfólio de crédito mais qualificado, mesmo diante de um cenário macroeconômico desafiador.
Margem financeira e receitas com serviços também avançam
A margem financeira com clientes cresceu 15,4% em relação ao segundo trimestre de 2024, somando R$ 30,3 bilhões. Esse resultado foi impulsionado pela expansão da carteira de crédito e melhor rentabilidade de passivos, além da remuneração do capital de giro próprio.
As receitas com prestação de serviços e seguros também mostraram resiliência. Os ganhos com seguros aumentaram 14%, totalizando R$ 3,2 bilhões, enquanto a receita com serviços financeiros ficou praticamente estável, em R$ 11,3 bilhões, crescimento de 0,1% em base anual.
Investimentos em tecnologia e eficiência operacional
As despesas operacionais não relacionadas a juros cresceram 9,4%, alcançando R$ 16,5 bilhões. O aumento, segundo o Itaú, decorre principalmente dos investimentos contínuos em tecnologia, inovação e acordos trabalhistas. O índice de eficiência operacional, que mede o quanto o banco gasta para gerar receita, ficou em 38,8%, ligeiramente acima dos 38,1% registrados em março, mas ainda dentro de um patamar considerado competitivo.
O índice de Basileia, que avalia a solidez financeira da instituição, encerrou o trimestre em 16,5%, com capital nível I em 14,6%, indicando boa capacidade de absorver riscos sem comprometer a estrutura de capital.
Reajuste nas projeções para 2025
Diante do desempenho acima do esperado, o Itaú revisou suas projeções (guidance) para o ano. O banco agora espera um crescimento entre 11% e 14% para a margem financeira com clientes, além de uma alíquota efetiva de Imposto de Renda entre 28,5% e 30,5%.
Segundo comunicado da instituição, a revisão se deve a um “mix de produtos mais rentável que o inicialmente projetado”, somado ao aumento do volume de passivos e à eficiência operacional.
“Seguimos demonstrando a solidez da nossa estratégia e a capacidade do Itaú Unibanco de crescer com consistência e gerar valor”, afirmou Milton Maluhy Filho, CEO do banco, ao comentar os resultados do trimestre.