O Ibovespa terminou a sessão desta terça-feira (9) em leve baixa, pressionado por ajustes nas ações da Raízen e da Cosan. Dessa forma, o índice da bolsa caiu 0,12%, aos 141.618,29 pontos, após oscilar entre 141.605,45 e 142.285,53 pontos. O volume financeiro foi de R$ 18,4 bilhões, considerado fraco para um pregão regular.
Raízen e Cosan caem, enquanto GPA e Petrobras avançam
A Raízen (RAIZ4) perdeu 4,44% em dia de realização de lucros. A Cosan (CSAN3) recuou 3,48%, interrompendo nove sessões de alta que haviam rendido valorização de 38%.
Na ponta positiva, o Grupo Pão de Açúcar (GPA) (PCAR3) subiu 7,75%, após rumores sobre negociações do grupo francês Casino para reduzir participação na empresa. A Marfrig (MRFG3) avançou 4,49%, depois de confirmar a incorporação da BRF, prevista para 22 de setembro.
Entre as blue chips, a Petrobras (PETR4) ganhou 1,08%, sustentada pela alta do petróleo Brent no exterior (+0,56%). Além disso, investidores repercutiram notícia sobre um plano de corte de custos de até US$ 8 bilhões. Já a Vale (VALE3) caiu 0,3%, mesmo com valorização do minério de ferro na China.
STF retoma julgamento de Bolsonaro e aumenta cautela
O pregão também foi marcado pela retomada do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). Nesse contexto, o relator Alexandre de Moraes votou pela condenação de Bolsonaro e de outros sete réus acusados de tentativa de golpe de Estado. Além disso, o ministro Flávio Dino acompanhou o voto, reforçando a tendência do julgamento. Por fim, os próximos a se manifestar serão Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.
O tema, por sua vez, trouxe cautela ao mercado. Em julho, os Estados Unidos, sob o governo de Donald Trump, já haviam imposto tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e sanções a Moraes. Diante desse histórico, analistas avaliam que novas medidas podem surgir. Nesse sentido, o desfecho do processo será determinante para indicar se haverá novas retaliações.
Dólar sobe com incerteza política e expectativa por inflação
O dólar encerrou o dia em alta de 0,35%, cotado a R$ 5,4363. O movimento acompanhou o índice DXY, que mede a força da moeda americana frente a outras divisas, com avanço de 0,38%.
A valorização refletiu, de um lado, as tensões políticas internas e, de outro, a expectativa pelos dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serão divulgados nesta quarta-feira (10). O indicador deve influenciar as apostas sobre os próximos passos da política monetária no Brasil.
Bolsas de Nova York renovam recordes
Em Wall Street, os índices acionários voltaram a bater recordes de fechamento. O Dow Jones avançou 0,43%, para 45.711,34 pontos. O S&P 500 ganhou 0,27%, aos 6.512,61 pontos. Já o Nasdaq subiu 0,37%, alcançando 21.879,49 pontos.
A alta foi sustentada pela expectativa de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed). Após a revisão para baixo nos dados de emprego, investidores passaram a precificar chance superior a 90% de redução de 25 pontos-base na reunião de setembro. Além disso, parte do mercado já aposta em novo alívio em outubro.
Entre as ações, a UnitedHealth disparou 8,72%, no maior avanço desde agosto, após reafirmar projeções. Em contrapartida, a Apple caiu 1,48%, mesmo após lançar quatro versões do novo iPhone 17, incluindo o modelo ultrafino iPhone Air.